CAPITULO 2.1
Exposto isto o Henrique Alves, a os 7 anos de idade ingressou na Academia do Sporting no Turcifal, já que a estrutura do Torreense não garantia a continuidade na progressão do atleta. A opção que se colocava era a mais lógica, já que a Academia, para além de apresentar umas instalações muito adequadas a prática desportiva, está abrangida pelo universo do Sporting Clube de Portugal. Tudo apontava para que o Henrique estava no lugar certo.
Vejo oportuno a introdução deste aspecto, que embora seja transversal a todas as actividades desportivas, não fica limitada ao mundo do desporto. A precocidade de jovens no desempenho das mais variadas actividades.
Como referi no 1º capitulo do blogue, o Henrique Alves demonstrou desde tenra idade uma habilidade diferenciadora para o domínio da bola. Exposta a situação, pensaríamos que a prática da actividade lúdico-desportiva do futebol não apresentaria dificuldades, pós bem, foi tudo menos fácil.
Como tudo na vida o encontrar as pessoas certas no momento certo, vai proporcionar uma abordagem totalmente diferenciadora da precocidade. Foi isso que aconteceu ao Henrique Alves no escalão de Petiz, onde esteve 2 meses e não os 2 anos como estipula a idade biológica (Escalão dos 5 aos 6 anos). O Coordenador Vitor Pereira em contra-senso com a opinião dos teóricos que defendem, o "queimar etapas", entendeu logo que essa era uma questão efémera para o atleta em questão, e que o mesmo deveria ser guiado por uma trajectória social e afectiva que influenciaria o rendimento propriamente dito em termos desportivos.
Isto porque um jogador
precocemente terá, até pelas exigências que ele próprio vai procurando, de
saltar certas etapas e conhecer ritmos e desafios diferentes para ter estímulos
e obrigações mais exigentes que lhe permitam ter uma maturação mais adequada à
qualidade de rendimento que terá de apresentar. Ou seja, o jovem de 7 anos,
muito forte tecnicamente, pelo menos mais capaz do que todos os outros da sua
idade, terá obrigatoriamente de passar para a etapa seguinte (jogar contra
meninos que lhe coloquem dificuldades diferentes, logicamente maiores) de forma
a não se correr o risco do menino virtuoso sentir demasiadas facilidades com os
seus e descurar certo tipo de intensidades e gestos técnicos que terá sempre de
trabalhar e que contra os da sua idade (num nível bastante mais baixo que o
dele), bastará o "meter a bola para a frente" e correr ou simular
que chuta para cortar para dentro. São necessárias exigências e intensidades
adequadas àquilo que são os estímulos que as crianças procuram face ao seu
rendimento.
Exposto isto o Henrique Alves, a os 7 anos de idade ingressou na Academia do Sporting no Turcifal, já que a estrutura do Torreense não garantia a continuidade na progressão do atleta. A opção que se colocava era a mais lógica, já que a Academia, para além de apresentar umas instalações muito adequadas a prática desportiva, está abrangida pelo universo do Sporting Clube de Portugal. Tudo apontava para que o Henrique estava no lugar certo.
A primeira abordagem foi realizada no mês prévio ao começo da temporada 2016 - 2017, foi exposto abertamente e com a maior objectividade a situação do atleta, para que possuíssem toda a informação, tendo disponibilizado registos audiovisuais para analise das capacidades do mesmo. Foi-lhes transmitido que a idade física do Henrique era superior a idade biológica.
O atleta enquadrado numa avaliação do talento precoce, demonstra em idade de maturação (7,8 anos) rendimentos díspares face às perspectivas criadas sobre ele, ainda em idade de desenvolvimento e formação. Fraseando a José Mourinho, "Um treinador que só perceba de futebol, de futebol nada sabe". É essencial existir um acompanhamento permanente e uma abordagem de comportamento fundamentalmente diferenciadora, por parte daqueles que são os modelos estruturais do comportamento dos jovens; as figuras do poder e essas figuras, no contexto do futebol, serão sempre o treinador e o seu superior hierárquico, o coordenador.
Pois bem, nada disso aconteceu com o Henrique, foi opção por parte de estrutura da Academia, não realizar um acompanhamento, avaliação e promoção de quaisquer atleta na categoria de traquina. Com o decorrer dos meses, o Henrique começou a expressar o seu desinteresse em frequentar os treinos.
Sem ter possibilidade de reverter a situação, falei com o meu filho e expliquei-lhe que por vezes, temos de dar um passo atrás, para dar dois a frente.
É importante referir a necessidade de se potenciar ao máximo as capacidades dos atletas. O talento natural que detém, contudo, é uma ínfima parte daquilo que necessitarão para consolidar o seu rendimento.